sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Algumas considerações sobre o Haicai

O haicai não gosta de enfeites poéticos, é contra o sentimentalismo barato, diz respeito à experiência do poeta, não usa metáforas, vê as coisas como elas são. Por esses motivos, a natureza do haicai é muito semelhante a das crianças.

É como também aquele Alberto Caeiro, natural, anti-metafísico, contemplativo, racional avesso ao intelectualismo.

Ninguém deve vir ao haicai mostrar seus dotes literários. O haicai, como várias outras artes orientais, não é um fim em si mesmo, não é uma prática da poesia para aprimorar a escrita do poeta, é antes uma trilha na qual ele segue para atingir um outro nível espiritual, mais iluminado.

Este é um dos motivos também pelo qual se deve evitar a subjetividade ao escrever um haicai. O apego a si mesmo é um obstáculo ao caminho espiritual, se você não consegue se despojar ao menos por alguns instantes do seu ego, você nunca escreverá um bom haicai, também não viverá plenamente.

Antes de entrar nesse universo, esqueça-se.
(Ou encontre-se nos correlatos objetivos)

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Saindo da escola
Vejo o céu todo azul
Papai nem liga.

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