quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Mais 3 artigos sobre haicai

Para visualizar os artigos, é só clicar nos títulos. Boa leitura!

Haikais de Bashô - O Oriente traduzido no Ocidente
por Tatiane de Aguiar Sousa

Trecho:
Na análise podemos verificar a importância do ideograma na composição do haikai. Um Primeiro que sugere e possibilita um Segundo, a existência física, que remete ao Terceiro. Assim, o kanji sugere através do Ícone, um Índice, um caminho, uma orientação, uma percepção para o Simbólico. Kanji é Índice enquanto materialização do objeto em relação à imagem, ou seja, a percepção da imagem do Kanji nos leva ao Símbolo, propriamente a uma relação abstrata e racional com o objeto. É a pura convenção para o entendimento, para a significação. É uma metáfora gráfica usada com grande eficácia pelo poeta japonês, pois permite um refinamento da percepção, um grande poder de síntese imaginativa.

Influência da Poesia Oriental na Literatura Luso-Brasileira: O Hai-Kai
por Primo Vieira

Trecho:
A esta altura, poder-se-ia perguntar: Fernando Pessoa pensou alguma vez em compor hai-kai, dentro do figurino estético do Japão?

Por estranho que pareça, a resposta é afirmativa. Revendo papéis inéditos do seu espólio literário nos Reservados da Biblioteca Nacional de Lisboa, pude deparar numa folha avulsa de N.° 64-89 cinco tentativas de composição de hai-kais. Na parte superior da folha, o Poeta traçava o esquema métrico do hai-kai e do tanka, e abaixo apresentava três hai-kais completos e dois inacabados.

Dos completos, apenas um é de fácil leitura e aqui o transcrevo:
 
“Flutua na noite
vai fulgor sidéreo,
o que não será?”


"O par que me parece": O diálogo de Paulo Leminski com a tradição do haikai
por Lidiane Alves do Nascimento

Trecho:
Afora tenha se empenhado de maneira incisiva no estudo dos poemas japoneses, conhecendo bem a tradição do haikai e até mesmo arriscando algumas traduções de poemas de Bashô, Leminski envereda-se pelo haikai com vistas a fustigar ainda mais o seu exercício de poeta experimental e, nele, sem dúvida, o haikai logra despertar a busca pelo fugaz que se pode apreender das coisas, o humor simples recôndito no mistério do cotidiano. Dessa forma, sua atitude experimentalista, ao lidar com o haikai, impulsiona a realização de uma poesia que enxuga os excessos e tenta fugir da rigidez do concretismo no que tange à ação de recusa às construções frásicas praticada pelo movimento.

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