sexta-feira, 25 de junho de 2010

5 Artigos Sobre Haicai

Para visualizar os artigos, é só clicar nos títulos. Boa leitura!

O Haicai no Brasil
por Paulo Franchetti

Trecho:

No momento, no Brasil, coexistem e estão ativas as várias vertentes do haicai brasileiro: a tradicionalista, a de inspiração zen, a filiada a Guilherme de Almeida, a epigramática e a de matriz concretista. O que parece novo é o sincretismo que se opera entre elas (com exceção da vertente guilhermina, que pouco dialoga com as demais), ganhando mais peso a incorporação dos princípios e práticas do haicai tradicional, entendido antes como atividade, como aprendizado de uma determinada forma de olhar para o mundo e utilizar a linguagem, do que como técnica de composição ou forma fixa exótica.


O Haicai e os Nossos (Seis) Sentidos
por Sérgio F. Pichorim

Trecho:

A atitude poética no haicai consiste na busca (e obtenção) de uma percepção muito ampla ou intensa por meio de uma sensação. Creio que nunca será demais reiterar o caráter central que a sensação tem no haikai japonês, e se não atentarmos para esse ponto perderemos de vista boa parte da especificidade desse tipo de poesia. Parece muito claro que é do contraste entre a fugacidade da sensação e seu ecoar nas diversas cordas da sensibilidade e da memória que nasce boa parte do que é mais característico no haikai.... os melhores poemas são aqueles que uma sensação muito concreta – visual, tátil ou auditiva – funciona como disparadora de associações, sentimentos e dados da memória.


Kobayashi Issa
por Paulo Franchetti

Trecho:

Para o leitor ocidental, Issa é talvez o mais acessível dos grandes haikaístas. É mais fácil lê-lo e gostar dele do que de Bashô ou Buson. Isso talvez se deva em parte ao humor franco e simples de boa parte de seus textos, ou à sua preferência por temas ligados à vida e comportamento de animais e insetos. A principal razão, porém, para essa acessibilidade é o fato de Issa pouco se valer do procedimento mais comum da poesia japonesa, que é a alusão a fatos, poemas e personagens das obras clássicas chinesas e nipônicas. Em sua vasta obra encontram-se, entre altos e baixos, objetividade e pieguismo, iluminação e vulgaridade, um sempre sensível calor humano, uma sempre tocante e despojada apresentação (muitas vezes cômica) da condição humana.


As viagens haicaísticas de Jack Kerouac
por José Lira

Trecho:

Blyth forneceu as bases teóricas para o estudo do haicai nos países de língua inglesa, mas suas obras eram destinadas a um público acadêmico. Quem popularizou o haicai nos Estados Unidos e, por tabela, em outros países foi de fato Kerouac. Todas as gerações de haicaístas norte-americanos que se seguiram à explosão orientalista de The Dharma Bums devem algo a Kerouac. A primeira revista dedicada ao haicai, American Haiku, surgiu em 1963 (de uma sequência de mais sete títulos que vieram em seguida, até 1978), quando as preleções de Japhy Rider já haviam sido convenientemente absorvidas e discutidas.


Haicai para Crianças: Compartilhando experiências
por Teruko Oda

Trecho:

A partir daí, pedi às crianças para que observassem a natureza, todos os dias, a qualquer hora, em qualquer lugar: céu, nuvens, estrelas, lua, o vento, as árvores, os pássaros, as flores, insetos, bichos, enfim, tudo o que elas achassem bonito ou interessante. Pois é aí que "mora" a poesia. E que registrassem os fatos observados, um de cada vez, em três linhas curtas, sem esquecer de colocar a emoção ou a sensação do momento, mas também sem usar "porque, por causa de, por isso, pensei que, achei que, acho que".

Um comentário:

  1. Aprendiz de hai-kai, gostei muito do artigo Haikai no Brasil.
    Ousado, recentemente, comecei a publicar minhas tentativas de haikais, ecléticas, em:
    http://umhaikaiaodia.blogspot.com.br.

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