quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

A MOSCA QUE POUSOU NOS HAIJINS

Haicais em homenagem as moscas norte-americanas




meditação na praia
termina com as frias
patas da mosca.
Jane Reichhold

***

meio dia em ponto
agora estou quente o bastante
para o pouso das moscas.
Jane Reichhold

***

em meu armário de remédios,
a mosca de inverno
morta de velhice.
Jack Kerouac

***

devo dizer não?
– a mosca esfregando
as patas traseiras.
Jack Kerouac

***

"fale pare cague
coma durma" –
moscas andando em meu nariz.
Allen Ginsberg

***

dei um tapa no mosquito
e errei.
por que fiz isto?
Allen Ginsberg

***

duas moscas, tão pequenas
um milagre se encontrarem:
e se acasalam nesta rosa!
J.W. Hackett

***

zumbidos de perdão –
quase mortas,
as moscas de inverno.
Bob Boldman

***

um mosquito gordo
na janela, a luz da manhã
trespaça meu sangue.
George Swede

***

escritório sem janelas:
a mosca zumbindo
contra meus óculos.
George Swede

3 comentários:

  1. Estes haikais são destes autores americanos, ou em homenagem a eles?

    Gostei muito, mesmo que a mosca seja uma animal que traga asco, é incrível como a poesia a eleva em ser sublime e cheio de significados

    ResponderExcluir
  2. São destes autores mesmo, a homenagem no caso foi feita pelos haicaístas norte-americanos às moscas de lá, ou pelo menos foi isso que eu quis dizer hehehe...

    E é fato, as moscas são uma constante no haicai...

    ;)

    abraço!

    ResponderExcluir
  3. Esses volantes nauseentos...



    Humilde contribuição:

    Clean hands (Henrique Pimenta)

    She does not kill
    fly, mosquito.

    That's is very, very, very cool!

    Not even kafkas,
    not even pacas,
    goat, young goat,
    kitten, puppy, pet, all the pets,
    ox, cow or calf.

    Well, is this the Lord's will?

    No! She lets the others kill!

    ResponderExcluir